O Clube de Regatas do Guará é um clube da região administrativa do Guará, no Distrito Federal. Foi fundado no dia 9 de janeiro de 1957, sendo assim o clube mais velho do Distrito Federal.
O C.R.Guará foi fundado por um grupo de servidores do extinto Departamento de Topografia Urbana, órgão responsável pelas medições da futura capital federal. Entre eles Oswaldo Cruz Vieira, o Oswaldão, primeiro presidente do clube. Oswaldão, corintiano roxo, escolheu as cores preta e branca para o clube recém criado, além de adotar um distintivo semelhante ao do clube paulista.
O Guará participou do primeiro campeonato brasiliense, disputado em 1959 por 8 equipes: Defelê, Rabello, Pederneira, Alvorada, Nacional, Grêmio Brasiliense, Planalto e o próprio Guará, sendo que o Grêmio Brasiliense foi o campeão. Em 1960 o Guará foi vice perdendo o título para o papão da época: o Defelê.
Depois de altos e baixos o Guará ficou durante algum tempo sem atividades esportivas. Nos meados da década de 70 o Humaitá e o Corinthians, clubes amadores da então recente cidade-satélite do Guará se uniram e resolveram continuar o legado do saudoso Oswaldão, instalando no Guará o clube.
Em 1976 voltou a ser vice, perdendo o título para o Brasília Esporte Clube.
Em 1978 o Guará também ganhou um estádio para jogar, o Cave (atualmente cabendo 7 mil pessoas), facilitando as coisas para o torcedor e também criando mais indentificação com o lugar que representa.
No ano de 1979 o lobo participou pela primeira vez em sua históra do campeonato brasileiro, caindo no mesmo grupo de times do Distrito Federal, que foram na época o Gama e o Brasília. O time ficou na última colocação do grupo e do torneio com apenas 2 pontos.
Em 1980 e 1982 disputou a Taça de Prata (equivalente a segunda divisão nacional) e ficou na última posição do grupo. Em 1983 por pouco não classificou para a próxima fase.
A sina de vice do candangão continuou nos anos 80, quando foi vice por 3 anos seguidos (1981, 1982 e 1983), quando perdeu a final para o Taguatinga e pro Brasília duas vezes, respectivamente.
Mas nos anos 80 o lobo da colina teve também uma grande conquista: o torneio Centro-Oeste, quando acabou vencendo o bom time do Brasília por 4 x 2 nos pênaltis e conquistando o seu primeiro título.
No início da década de 90 a cor amarela juntou-se às cores preta e branca e completou o pavilhão atual do clube.
O Guará foi tricampeão de juniores de 90/91/92.
Em 1991 o time voltou a ser vice no candangão para o Taguatinga, mas no ano de 1996 o sonho do Guará ser campeão virou realidade: o o Guará comandado por Déo de Carvalho foi campeão derrotando duas vezes a equipe do Gama. No primeiro jogo, no campo do adversário, o Lobo venceu por 1 a 0. No jogo da volta um público de pelo menos 5000 torcedores presentes viu o Guará derrotar seu rival por 3 a 1 no CAVE e conquistar o título inédito.
Guará Campeão em 1996
Em 1997 o Guará disputou a Copa do Brasil, mas acabou levando 7 x 0 do Internacional em casa. O Inter após ver a boa atuação do jovem zagueiro Lúcio naquela partida contratou o jogador e o levou para Porto Alegre, e lá começando a ser reconhecido nacionalmente, e depois internacionalmente. Hoje é um dos maiores zagueiros do futebol mundial.
O zagueiro Lúcio
Em 1997 o lobo acabou fazendo uma campanha fraca no candangão, mas em 1998 o clube confirmou a sua má sorte, sendo vice novamente após perder para o campeonato para o Gama.
No ano de 1999 o Guará disputou novamente a Copa do Brasil, mas acabou novamente sendo humilhado por um time gaúcho, dessa vez foi o Juventude que enfiou 5 x 1 no Mané Garrincha e garantiu a vaga sem precisar de jogo de volta. Lembrando que o Juventude acabou sendo o campeão desse torneio.
Gama x Guará (retirado do site arquivo de clubes)
Após lutar para não cair em alguns campeonatos dos anos 2000, o Guará acabou sendo rebaixado pela primeira no ano de 2006, quando ficou na lanterna do grupo B.
Em 2007 por pouco não foi rebaixado a terceira divisão do Distrito Federal.
Guará em 2007
Créditos: equipe do blog Jogos Perdidos
Legião x Guará em 2007
Em 2008 não deu outra, o time auri-negro foi rebaixado para a terceira divisão, marcando o seu declínio no futebol, principalmente pela falta de competência dos dirigentes que levaram o campeão brasiliense de 1996 ao buraco.
Guará em 2008 (ao fundo o estádio do CAVE)
Créditos: Raul Martins Dias
Em 2009 para completar o time acabou desistindo de disputar a terceira divisão local, principalmente pela falta de dinheiro. Ficaremos na torcida para que o lobo do guará de tantas tradições no futebol brasiliense volte a ativa o mais rápido possível.
Uma matéria feita pelo Correio Braziliense explica a atual situação do Clube de Regatas Guará.
Um campeão agoniza
Clube mais antigo do Distrito Federal, o Guará está à beira do desaparecimento. O dono do título candango de 1996 desistiu de disputar a terceirona local e fechará o ano sem ter feito nenhum jogoCida BarbosaPublicação: 24/08/2009 08:59
Na chegada ao Cave, o advogado Sérgio Copertino olha ao redor e não se contém: “Já vi este estádio cheio”. A lembrança do presidente interino do Clube de Regatas Guará remonta aos tempos em que o Lobo disputava competições, sonhava com títulos. Isso ficou no passado. Agora, o vazio do local só não é maior porque garotos de uma escolinha de futebol da cidade fazem seus treinos por lá.
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O presidente Sérgio Copertino: "O Guará, em termos financeiros, não existe"
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Eles ocupam o espaço que deveria ser usado pelos jogadores profissionais do Guará. Mas não há nenhum. Rebaixado no ano passado para a terceira divisão candanga, o campeão da elite local de 1996 se licenciou da competição por total falta de estrutura. Nem mesmo tem um time. Assim, o clube de 52 anos de existência, o mais antigo do Distrito Federal, encerrará 2009 sem ter entrado em campo. “Equipe não é problema porque a gente faz, mas precisa ter dinheiro. Há muitos outros gastos, com comissão técnica, transporte, material esportivo, arbitragem. E o Guará, em termos financeiros, não existe. Tudo que resta são os troféus”, explica Sérgio Copertino.
Na verdade, o clube ainda tem um patrimônio: uma sala comercial no próprio Guará. Mas já ostentou quatro apartamentos na cidade e um terreno de 219 mil metros quadrados no Núcleo Bandeirante está envolto em um longo imbróglio na Justiça. “Houve muitas gestões ruins, mas nada ilegal”, alega Alcir Alves, diretor de marketing do clube entre 1989 e 1996. “O fato é que o patrimônio foi consumido com o time porque faltava patrocinador.” Ele se mostra descrente em uma mudança de cenário. “Vai ser difícil alguém querer assumir a direção nessa situação.”
Divino Alves, ex-presidente e ligado ao Guará há mais de 20 anos, teme pelo pior. “Se o clube está sem atividade, a tendência é de que desapareça”, afirma. “O mercado está muito competitivo e o que manda é o poderio econômico. Quem pensa em levar o futebol só na paixão, pode esquecer. Eu me sinto frustrado.”
Apesar de o futuro se desenhar desolador, Sérgio Copertino procura manter o otimismo. “Acho que não há perigo de o Guará desaparecer. Quem sabe não aparece alguém para comandá-lo? O clube tem muita tradição”, argumenta o cartola, que ocupa a presidência porque ninguém mais se dispôs, como ele mesmo confessou.
Ex-técnico lamentaUma das pessoas que mais lamentam o declínio do Guará é o técnico Déo de Carvalho. Foi sob o comando dele que o Lobo conquistou seu único troféu de campeão candango, em 1996. Diante de 3.600 pagantes no Estádio do Cave, o tradicional time bateu o Gama por 3 x 1, de virada, no segundo jogo da decisão (venceu a partida de ida por 1 x 0, no Bezerrão.
“Fico triste com o que está acontecendo. É o clube mais antigo do DF, tem um local para jogar, uma torcida boa, mas acabou entregue a pessoas que não gostam de futebol”, reclama ele, sem citar nomes. “O Guará tinha patrimônio. Tudo acabou e ninguém cobra nada”, emenda o ex-goleiro das divisões de base do Lobo.
Atualmente, Déo de Carvalho se divide entre a escolinha de futebol que tem em Taguatinga e o comando do time feminino Renascimento, de Guiné Equatorial, país da África Ocidental.
Confusão com o xará da cidade» O Clube de Regatas Guará costuma ser confundido com o extinto Clube Esportivo Guará, atualmente transformado no Botafogo-DF, líder da segundona candanga. Até mesmo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ignora a diferença entre os dois xarás. Os pontos do novato pela participação na Série C de 2007 e na Copa do Brasil de 2008 foram computados para o mais velho no ranking da entidade. O sumiço do Lobo abriu espaço para outros times ocuparem espaço de treinos e jogos no Cave, como o tradicional Brasília, o Capital, da terceirona local, e a filial do Botafogo.
PlacarGuará 3Cláudio; Márcio Franco (Elson), Zinha, Gilson e Carlos Eduardo; Marquinhos, Marco Antônio, Júlio César e Rogério (Edi Carlos); Missinho e Éder Antunes (Wagner)
Técnico: Déo de Carvalho
Gama 1Cássio; Flávio (Régis), Gerson, Jairo e Edinho (Gilmar); Deda (Pacheco), China, Romualdo e Paulo Henrique;
Carlinhos e Anderson
Técnico: Joel Martins
Gols: Anderson, aos três, Rogérios, aos 21 e Éder Antunes, aos 30 minutos do primeiro tempo; Júlio César, aos 38 minutos do segundo tempo Renda: R$ 15.760 Público: 3.600 pagantes
PerfilNome: Clube de Regatas Guará
Cidade: Guará (DF)
Fundação: 9 de janeiro de 1957
Endereço: Estádio Antônio Otoni Filho (Cave), no Guará II, de propriedade do Governo do Distrito Federal, com capacidade para 7 mil pessoas
Título: campeão brasiliense de 1996
Campeonato Brasileiro: 1 participação na primeira divisão (1979), três na segunda (1980, 1982 e 1983) e duas na terceira (1992 e 1995)
Copas do Brasil: 2 participações (1997 e 1999)
Eu me lembro“Ir aos jogos do Guará era o meu antiestresse. Vibrava, dava risadas, xingava muita gente. Já vi boas partidas do time, mas também vi outras que pareciam coisa de amadores. Teve um ano (1998) em que o Guará foi vice do Gama e eu fui para o campo depois do jogo. Aos poucos, todos foram embora e deixaram o troféu lá. Tive uma vontade louca de roubá-lo. Os caras esqueceram o troféu... Até hoje me arrependo de não ter levado para casa. Não devolveria de jeito nenhum. Infelizmente, acho que o Guará já acabou mesmo. E eu não vou torcer para nenhum outro clube. Não dá para virar a casaca aos 36 anos...”
Djalma Marinho, o Phu, baixista da banda de rock Macakongs 2099, morador do Guará
Eles já vestiram a camisa do Guará» Lúcio (zagueiro da Seleção Brasileira e da Internazionale, da Itália)
Disputou apenas um jogo, da Copa do Brasil de 1997, quando o Guará foi goleado por 7 x 0 pelo Internacional no Mané Garrincha. Foi a última partida antes de se transferir para o próprio colorado
» Nunes (ex-atacante do Flamengo e da Seleção Brasileira)
Disputou a Série C do Brasileiro de 1992
» Josimar (ex-lateral do Botafogo e da Seleção Brasileira)
Disputou a Série C do Brasileiro de 1992
» Beijoca (ex-atacante do Bahia e do Flamengo)
Disputou os campeonatos candangos de 1989 e 1991
» Éder Aleixo (ex-atacante do Atlético-MG e da Seleção Brasileira)
Fez parte da campanha do título candango de 1996
Escudos Antigos
Mascote
Lobo Guará
Créditos: Escudos Online
O símbolo do clube é o Lobo-Guará, animal que era abundante em Brasília na época de sua fundação e que batizou o mais antigo clube de futebol do Distrito Federal.
Estádio
CAVE
Nome: Estádio Antônio Otoni Filho
Local: Guará/DF
Inauguração: 16 de abril de 1978
Jogo de inauguração: Corinthians-DF 0 x 2 Vitória
Recorde de público: 7.138 sendo: 6.929 pagantes - Botafogo-DF 1 x 2 Ceilandense
Primeiro gol:
Proprietário: Centro Administrativo Vivencial do Guará
Obs 1: Esse Corinthians foi o time que se fundiu, cuja história foi contada anteriormente
Obs 2 : Antônio Otoni Filho foi administrador no Guará
Hino
Autor: José Wilson Costa Dias
Eu sou da turma do Guará
De união e força para lutar
Meu maior orgulho é viver
Sempre amando meu clube pra valer
Sua história é curta pra contar
Mas suas glórias encantam os mil
Meu amor eterno e plenamente
Em qualquer parte do Brasil
Guará campeão candango
Suas cores me fazer crer
Eu quero lhe ver jogando meu lobo querido
Sempre amarei você (x2)
Link: http://www.youtube.com/watch?v=IWM9kqG9BCw